"Mãos Sujas" um poema de Greyce Soares

Graciane Soares e Soares, nascida em Zé Doca, servidora pública, acadêmica do quinto período do Curso  de Letras da Universidade Estadual do Maranhão, vê a  poesia como uma das maiores  expressões de  arte da sociedade. É membro e  colaboradora do Movimento Literário Zedoquense. 

O poema " Mãos Sujas", de sua autoria, foi premiado com o segundo lugar no  III Festival de Contos e Poesias da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

MÃOS SUJAS

De quem são essas mãos

que desonram nosso povo 

maculam nossa história 

e dá vigor ao desalento? 

De quem são essas mãos 

que impermeiam a justiça 

transgridem a bondade 

e esmorecem o pequeno?

De quem são essas mãos 

que a uma nação causa náuseas

poluem o ar dantes não puro 

e lisonjeiam a maldade?

De quem são essas mãos 

que  rastreiam a riqueza 

outorgam ânimo a soberba 

e embrutecem os sentimentos?

De quem são essas mãos

que encenam como artistas 

fingem heroísmo  

e dilaceram corações?

De quem são essas mãos 

que fazem parto prematuro 

melindram gerações 

e cegam o amanhã?

De quem são essas mãos 

que ludibriam consciências 

afligem quem trabalha 

e doa voz a insatisfação 

De quem são essas mãos 

que obstruem a verdade 

depreciam a moralidade 

e retiram da mão o pão ?

De quem são essas mãos 

que levam a infâmia a nossa pátria 

apregoam mau conduta 

e passam cal a realidade ?

De quem são essas  mãos? 

Por acaso são minhas ?

Por acaso são suas?

 (Greyce Soares, poema vencedor do segundo lugar como intérprete no III Festival de Contos e Poesias da UEMA de São Luís-Ma)